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Brincar em família em tempos de distanciamento social

Território 7


Bem-vinda, bem-vindo e obrigada por escolher esse conteúdo! Este tema está sendo compartilhado pela Secretaria de Educação do município de São Bernardo do Campo.

Vamos falar um pouco sobre o brincar em família, considerando os tempos de distanciamento social?


O tema do brincar inclui brincadeiras, brinquedos e jogos. Brincar é uma atividade cotidiana e esperada pelas crianças. Desse modo, elas aprendem e se desenvolvem por meio do brincar e da interação, sendo ambos aspectos relevantes para a escola.

Com a pandemia ocasionada pelo coronavírus, as práticas sociais precisaram ser reinventadas e isso não é diferente, naquilo que diz respeito às interações e brincadeiras entre adultos e crianças.

Há, então, um importante desafio para considerarmos: como transmitir cultura, ensinar elementos do social e possibilitar boas estratégias de aprendizagem para os nossos pequenos em contexto de distanciamento social?

A quarentena desafiou as famílias a reverem o cotidiano. As crianças precisaram se distanciar de seus parceiros e a escola presencial foi interrompida, para garantir a segurança de todos. Com isso, a família passou a ter mais tempo de convivência com seus filhos. De fato, não é fácil entender e lidar com o mundo atual e, se para os adultos, esse é um desafio importante, imagine como tem sido para as crianças assimilar esse momento. Diante disso, o brincar aparece como um bom recurso, para ajudar a criança a lidar com seus sentimentos e percepções, isto é, simbolizar.

Você sabia que pode brincar com as crianças? Pode fazer algum tempo, desde que você não se dedica a brincar e isso pode te levar a se sentir como uma pessoa menos apta para essa tarefa, mas isso não é uma verdade. Se você parar para pensar, você vai se lembrar daquele brinquedinho, que você carregava para todo lugar, das suas brincadeiras preferidas, dos seus amiguinhos mais próximos e dos jogos que praticavam juntos. Todo esse repertório fala para você sobre a sua potência para brincar e interagir com as crianças.

As brincadeiras não se perdem no espaço e no tempo. Antes, tendem a ser transformadas, mantendo sempre seu lugar de importância na vida e no processo de aprendizagem. Brincar gera sensações de prazer e promove aprendizagens, que nos acompanham da infância até a idade adulta. Além disso, brincar sozinho pode ser bom, mas ter um parceiro nas brincadeiras é bem mais prazeroso e enriquecedor e este parceiro pode ser o adulto responsável pelo cuidado da criança, no caso, você.

Por meio das brincadeiras, a criança aprende a se enxergar, representar papéis sociais e interpretar sua condição no mundo e nas relações humanas, por isso brincar é tão importante.

O brincar é um direito da criança e deve ser levado muito a sério, tal como diz Rita Lee: "brinque de ser sério e leve a sério a brincadeira".

Mas, onde e como propor brincadeiras para as crianças? Essa pode ser uma dúvida constante. Você já parou para pensar que o espaço da sua casa também pode ser potente para promover brincadeiras? Vamos falar um pouco mais sobre isso!

Considerando crianças pequenas, elas apreciam e aprendem, ao desafiar o próprio equilíbrio. Como estão começando a constituir linguagem, o corpo e a imagem corporal são questões que a criança precisa trabalhar e faz parte do seu desenvolvimento.

Lá no comecinho da vida, o bebê é totalmente dependente do cuidado do outro e reconhece o corpo do adulto como uma extensão do seu próprio. Isso se modifica ao longo do desenvolvimento e a partir das boas interações entre adulto e criança. Cuidar é essencial, mas estimular e incentivar, por meio das brincadeiras, também é um modo de demonstrar afeto.

Na vida do bebê é desafiador explorar o mundo e, ao mesmo tempo, sentir-se seguro. A criança precisa saber que alguém se importa com seu bem-estar e é importante que o adulto o demonstre. Mas, como fazer isso?

Na exploração inicial, a criança se depara com os limites e, por isso, costuma gostar de escalar móveis e pular em camas e sofás. Não se sinta irritado, se isso acontecer na sua casa! Trata-se de um importante jogo para a criança, o qual alguns psicólogos denominam como "jogo de borda".

Além disso, na tentativa de explorar os limites, a criança pode gostar de correr por toda a casa e é por aí, que vai aprendendo estratégias, para evitar situações de insegurança ou perigo real, como sofrer uma queda de uma altura, que lhe cause danos mais sérios.

Observe que, enquanto corre, é comum que a criança se volte para o adulto, como que buscando ali um olhar ou gesto de atenção. Nesse momento, ajuda dar a mão para a criança, apoiando enquanto ela tenta se equilibrar e saltar de pequenas alturas. Vale, ainda, colocar colchões no entorno da cama ou do sofá, de modo a garantir maior segurança. Por fim, se o adulto observar que a brincadeira está perigosa, é importante oferecer outras possibilidades lúdicas para a criança, tirando seu foco daquele lugar.

Tratando ainda da necessidade de exploração do corpo, a hora do banho também é um bom momento para propor brincadeiras. Ali, o sabonete e a espuma podem ajudar a criança a explorar o próprio corpo, por exemplo. O adulto também pode utilizar esses espaços para ajudar a nomear as partes do corpo, dizendo por exemplo: "vamos lavar o pezinho? O sapo não lava o pé, mas você vai lavar o seu, para ficar cheirosinho". Além disso, é aconselhável fazer uso de brinquedos, que possam ser molhados. Potinhos e utensílios de reuso disponíveis em casa podem integrar esse momento. Então, a criança pode explorar o processo de "encher e esvaziar", associando a experiência exterior à própria investigação sobre o corpo.

Se tiver em casa um espelho, o adulto pode também se colocar em frente a ele junto com a criança e tentar explorar as partes dos corpos, destacando a diferença entre tamanhos, cores e corpos em movimento. Considerando o contexto de pandemia, é interessante também colocar máscaras e ensaiar modos de falar e gesticular, visualizando a própria face no espelho e apontando isso para a criança, de modo a transformar essa experiência em um contexto lúdico de aprendizagem. Ainda sobre isso, você pode também fazer uso de tinta para destacar partes do rosto, como o nariz, as bochechas, diversificar expressões, sorrisos ou produzir caretas. Todas essas sugestões e outras mais, que podem ser pensadas por você, contribuem muito para o reconhecimento, a representação simbólica do próprio corpo e dos seus limites e possibilidades na interação com o outro e com o espaço.


Sabemos que essa conversa é curta, mas a intenção é apresentar algumas possibilidades de melhor estimular as crianças, que estão em casa. Pode ser que você esteja atento a esses repertórios e esteja buscando meios de ampliar as ofertas para o seu filho. Nesse sentido, esperamos que esse áudio contribua com essa tarefa. Porém, se essa conversa trouxe ainda mais ideias e levantou perguntas para você, que ótimo! Aproveite e leve essa conversa para a professora ou professor do seu filho e, então, vocês poderão pensar juntos em mais possibilidades de descobertas e explorações. Ficamos por aqui e até a próxima!


*Texto produzido pelas psicólogas e assistente social do Território 7 para compor o material para Educação Infantil, a ser disponibilizado no site da SE1.


No link a seguir você poderá acessar este conteúdo em formato podcast:





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