Você já ouviu falar sobre dificuldade alimentar?
Talvez você não tenha se deparado com esse termo especificamente, mas e quanto a algumas falas de crianças, como “Eu não vou comer!!”, “Só quero comer os amarelos”, ou “Eca! Não gosto desse verde!”?
Dependendo do quão restrita é a alimentação da criança, isso pode se caracterizar numa dificuldade alimentar. Ela remete a um problema que impede os pais e/ou cuidadores de suprir as necessidades alimentares de crianças e/ou bebês.
Mas por que será que isso acontece?
Podemos pensar numa série de fatores - a criança realmente não gosta daquele tipo de comida, ela não se sente bem ao comer, aquele alimento específico lhe traz aversão, ela pode nunca ter experimentado, mas não quer ter o “desgosto” de o fazer, ela tem medo... Em todos os casos, é essencial tentar entender o que levou a criança a querer ingerir uma variedade tão pequena de alimentos.
E como podemos mudar esta situação?
Existem inúmeras formas de apresentar a comida a uma criança:
Montando pratos que remetam a algo de que ela gosta - um desenho animado, um brinquedo, um animal, um programa de televisão, entre outros;
Mostrando o preparo daquele alimento até que ele chegue ao prato dela - chamando a criança para ver você cozinhar e participar do processo, mostrando à criança de onde algum alimento vem por vídeos ou programas de televisão, etc.;
Explorando o alimento de diversas formas - usando os cinco sentidos (exploração sensorial), preparando-o de formas diferentes (batata frita, purê de batata, batata assada etc. ), vendo o alimento por dentro, cortando-o, amassando-o, plantando-o e colhendo-o…
Entre outras!
Nessa conversa, também é necessário considerar a realidade: muitos brasileiros têm enfrentado a insegurança alimentar, uma questão além do “gosto pessoal por esta ou aquela comida”. Em outras palavras, existem muitas famílias que não estão acessando alimentos em quantidade e em qualidade adequadas, pois vivem com recursos insuficientes para uma alimentação básica.
Com isso, é importante valorizar os alimentos e comidas que já estão presentes em cada grupo familiar, buscando formas de torná-los mais saudáveis. E, junto às redes de apoio e proteção alimentar, trazer mais variedade para as refeições.
Para tanto, a escola e os educadores que nela trabalham podem ajudar nesta tarefa. Fica aqui o convite para ambos pais e educadores pensarem em maneiras de mostrarem a importância da alimentação às crianças: como apresentar os alimentos, de maneira a ressignificar o momento da refeição?
Para saber mais:
Os 10 passos para alimentação e hábitos saudáveis - do nascimento até os 2 anos de idade. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/relatorios/os-10-passos-para-alimentacao-e-habitos-saudaveis-do-nascimento-ate-os-2-anos-de-idade ;
Seu filho come mal? Por dentro das dificuldades alimentares na infância. Leia mais em: https://saude.abril.com.br/familia/seu-filho-come-mal-por-dentro-das-dificuldades-alimentares-na-infancia/ .
Referências bibliográficas:
LOPES, Rita. Recusa e Seletividade Alimentar na Infância: Atuação Fonoaudiológica da Introdução Alimentar à Intervenção, 2020. Curso ministrado pela GEAD Cursos através da Plataforma Zoom (online);
Ministério da Saúde, 2019. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf
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