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Massinha: para que te quero?


Vários são os fatores que influenciam o desenvolvimento das crianças: o meio onde nascem e vivem, os laços familiares, o ambiente sócio-cultural, as atividades do seu dia-a-dia, as brincadeiras e a escola.

Ao nascer o bebê percebe, sente, experimenta e entende o mundo como algo produzido por si mesmo. É a partir das interações com o outro que passa a entender que existe um ambiente externo, independente das suas vontades e ações.

Ao perceber o mundo, o processo de desenvolvimento continua, mas a criança bem pequena ainda não consegue perceber que sua mente é diferente da mente do outro; assim, acredita que o outro pensa e sente o mesmo que ela. Em torno dos 3 anos, desenvolve-se a capacidade de compreender que o outro tem pensamentos e desejos diferentes dos seus. Essa habilidade se desenvolve na interação com o outro, por meio da linguagem, da fala e das brincadeiras. Nesse sentido, o brincar é igual ao aprender, por isso essa atividade é tão importante para o desenvolvimento humano.

Entre as diversas atividades lúdicas, sabe-se que a massinha de modelar é um recurso simples e com grande importância de ser oferecido para as crianças. Quando bem explorado tem como objetivo desenvolver a atenção, a concentração, a coordenação motora fina, a utilização conjunta das mãos para a realização de uma atividade, a coordenação olho-mão, a criatividade, a imaginação, a linguagem, a oralidade, o pensamento e o conhecimento de novas formas, cores, texturas, sensações e movimentos.

Inicialmente, a criança bem pequena realiza exploração desse material: manipula, aperta, cheira, amassa e até chega a levar à boca, necessitando da presença de um parceiro mais experiente não apenas para o cuidado, mas principalmente para a apresentação de modelos e possibilidades de criação e transformação.

As construções que as crianças fazem com as massinhas devem ser reconhecidas como o conhecimento que elas têm sobre o mundo a partir das interações com as pessoas e com o meio em que vivem. Nesta “construção” a criança transfere sua imaginação e pensamento para formas concretas, o que é importante para o desenvolvimento da linguagem, pois a criança pensa sobre algo que não está presente naquele momento representando-o, simbolicamente, no mundo real.

Tomemos como exemplo a modelagem de uma pizza com a massinha: a criança pensa (fala consigo mesma) ou diz: “vou fazer uma pizza”, mas não tem ali junto dela a pizza (objeto real). Contudo, a partir do seu conhecimento, ela já sabe o que é uma pizza e, assim, tenta construir algo o mais próximo possível da ideia que tem desse objeto.

Assim, por meio das brincadeiras simbólicas (como massinha, jogos de encaixe, casinha, lousa, dirigir, ferramentas), as crianças transferem seu conhecimento para o material possível de sofrer intervenção, atuando e transformando o meio.

Além disso, ao amassar, amolecer, separar e voltar a unir, enrolar, recortar esse material, etc a criança utiliza e estimula os músculos das mãos auxiliando de forma potencial no desenvolvimento da coordenação motora fina. Essa atividade favorece o trabalho de escrita, facilitando o uso do lápis e a realização do traçado das letras. Assim, podemos considerar a brincadeira da massinha como uma preparação indireta para a escrita. (Imagem 2)

Uma outra habilidade que pode ser desenvolvida na brincadeira da massinha pela criança são os conceitos matemáticos de divisão, quantificação, proporções e formas, além do compartilhamento, como no exemplo da pizza, com a repartição em fatias para os parceiros com quem ela brinca.

Esta brincadeira pode ser enriquecida com interferências de materiais, música, histórias, criação de personagens, entre outros.




Receita de massinha caseira:

2 copos de farinha de trigo

1/2 copo de sal

1 copo de água

Gelatina ou suco em pó




AUTORAS:

Adriana Lopes Cleto Antonialli

Êmila Stender de Oliveira

Caroline Varanda e Ivone Antonio Corradi

Luana Aparecida Barbosa Campos

Helisa Rodrigues de Melo












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