Como você mede o tempo? Quando pensamos sobre isso, a resposta mais comum é pelo relógio ou cronômetro. Ao longo da história humana, criamos diversos métodos: relógio de
sol, de ponteiro, digital, calendário; e medimos horas, dias, semanas, meses… Tudo calculado por números, mas se pararmos um pouco para pensar, poderíamos dizer que é possível identificar a passagem do tempo de muitas outras formas: olhando para o céu, por fotografias, pelo desabrochar de flores, pela mudança das estações do ano, entre outros.
E como está sendo a passagem do tempo na pandemia? Alguns dizem que o tempo ficou mais rápido, outros que nunca foi tão lento, ou até mesmo que ele parou… É comum nos sentirmos “perdidos” com o tempo, pois as atividades que nos ajudavam na organização do
dia-a-dia mudaram sua forma ou deixaram de existir. Neste momento, muitas vezes nos encontramos reajustando nossos horários e atividades de acordo com o que o contexto nos oferece e com as nossas possibilidades. Em casa, passamos a ter outras tarefas além das habituais, que atravessaram nosso tempo e nos fazem pensar em como utilizá-lo com qualidade e prioridade.
E para as crianças, como será que é medir este tempo?
Para os pequenos, o tempo vai se dividir em acordar, brincar, comer, tomar banho, dormir, etc. São as atividades que compõem o dia que, ao se repetirem com alguma ordem, organizam o tempo e sua rotina. Assim, é comum pensarmos em rotina como algo monótono, e, muitas vezes, como algo negativo: “caiu na rotina”, “preciso sair da rotina”, são frases que costumam ser usadas.
Mas será que ter uma rotina é mesmo negativo? E se não tivéssemos rotina? Como seriam nossos dias se qualquer coisa pudesse acontecer a qualquer momento? Provavelmente ficaríamos tensos, pois é a rotina que nos permite a despreocupação de saber o que irá acontecer.
Para a criança isso também é importante, pois a repetição das atividades é uma das formas de assegurar a tranquilidade no ambiente e a sensação de segurança. Saber que depois de determinada tarefa ocorrerá outra, além de diminuir a ansiedade das pessoas, sejam elas adultas ou crianças, possibilita o aprendizado sobre o mundo e sobre si mesmo, e o próprio desenvolvimento do pensamento.
Assim, uma rotina organizada auxilia a criança na orientação e na relação espaço/tempo, reconhecendo seu andamento (o ontem, o hoje e o amanhã; o antes e o depois), dando sugestões e propondo mudanças nas suas próprias ações. Ao fazer isso, a criança aprende também a noção do tempo e pode desenvolver a autonomia, pois ela própria poderá instruir e alterar as atividades e a sequência de acordo com suas possibilidades e desafios.
Ou seja, a rotina deve ser algo construído para nos ajudar, para nos desenvolvermos e não para nos engessar. A estabilidade não quer dizer rigidez, pois a mudança na rotina estabelecida também permite novas aprendizagens.
E como fazer isso em casa?
Daremos alguns exemplos para ajudar na criação de ideias. O importante é fazer junto e pensar em formatos que facilitem a visualização e acompanhem as características da criança.
- Experimentem fazer juntos desenhos, colar imagens ou fotos, com ou sem palavras, e colocar em um varal na altura da criança, para organizar o dia na ordem das atividades. Depois que uma atividade já aconteceu, vocês podem virar a imagem para o outro lado, assim, terão uma ideia do que já fizeram e do que ainda há para fazer. Alterem as imagens sempre que houver mudanças na rotina. Pode ser feito colando na parede também.
- Escolham juntos objetos ou brinquedos que representem os momentos da rotina, por exemplo: um talher ou um prato para o momento de comer; um cobertor, um bichinho ou uma almofada para a hora do sono, etc. Vocês podem ter duas caixas ou sacolas: uma com os objetos do que será feito e outra para colocar o que já aconteceu.
Lembrem que não estão sozinhos(as) para pensarem sobre isso, a equipe da escola tem esse conhecimento construído no trabalho diário com a organização de atividades e pode dar outras dicas e ideias.
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Escrito por:
Ana Paula Bonelli Pessotti - Fonoaudióloga
Helena Terlizzi Silvestrin - Psicóloga
Rafael Moura do Nascimento - Assistente Social
Rosemeire Foltran - Psicóloga
Simone Minae Yoneyama - Fisioterapeuta
Tainá Moreira Gatti - Terapeuta Ocupacional
Tatiane Cristina Garcia - Fonoaudióloga
Teresinha Lodovica de Souza Barboza - Psicóloga
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